AGORA A HISTÓRIA É OUTRA

Frases raras de soldados, filosofia barata de quartel, exemplos "edificantes" de Liderança, exemplos verdadeiramente edificantes de conduta, atitudes inesperadas e cômicas. Não vou criar nada, porém não vou citar o nome de ninguém (podem ficar tranquilos). Não há compromisso com a verdade. Isso é só o que desejo publicar a partir de agora no novo estoriasdoguerreiro.blogspot.com. Divirta-se.



terça-feira, 24 de maio de 2011

"Demitido você já está!"

Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco
Na casa de um capitão aqui em Marabá mesmo, estávamos realizando um churrasco dominical juntamente com outro capitão e suas respectivas esposas. Almoço gostoso, não pelo churrasco feito por amadores nesse quesito, mas pelo que sobrou do jantar do dia anterior, o que incluia creme de galinha e um baião de dois.
Como é costume em todas as profissões, começamos falando sobre trabalho. Depois, naturalmente, falamos dos outros: bem de quem queríamos bem e mal de quem queríamos mal, naturalmente. Seguindo a sequência, começamos com as mentiras e depois pelas piadas. No final, já com "umas" na cabeça, falamos sobre política, tendo como um dos tópicos os hérois do Brasil.
Manifestei-me dizendo que, dentre os presidentes, admirava mais o Presidente Humberto Alencar de Castelo Branco, o que causou comentários revoltados de uma das esposas presente. Na verdade, era o que eu queria provocar.
Continuei dizendo que o admirava por saber como ele foi formado na Escola Militar, por sua carreira militar, por ter combatido na 2ª Guerra Mundial. Adimirava-o, também, porque durante sua permanência na presidência tomou atitutes que, na maioria delas, trouxe grandes benefícios não apenas imediatos, mas a longo prazo para o país. Adimirava-o mais por ter lido livros sobre o cidadão Humberto e ter aprendido bastante com o seu exemplo. Mais ainda adimirava-o pelo fato ocorrido com seu irmão durante seu governo, que passo a transcrever agora. Ei-lo, o fato:


Em 1966 o presidente Castelo Branco leu nos jornais que seu irmão, funcionário com cargo na Receita Federal, ganhara um carro Aero-Willys, como forma de agradecimento dos colegas funcionários pela ajuda que dera na lei que organizava a carreira. O presidente telefonou mandando que ele devolvesse o carro.

O irmão argumentou que, se devolvesse, ficaria desmoralizado em seu cargo. O presidente Castelo Branco interrompeu-o dizendo:

"Meu irmão, afastado do cargo você já está. Estou decidindo agora se você vai preso ou não".

*Cabra-macho!!!

Merece a continência de quem conhece sua história


4 comentários:

Marko Galleno disse...

Sendo verdade ou não este fato, não que você esteja mentindo, mas, às vezes a conversa já chega adulterada em nossos ouvidos, de fato ela nos faz refletir sobre o tipo de conduta que não queremos na nossa política: pessoas que tratem a família sem privilégios. Sim... não queremos, pois na grande maioria dos casos procuramos pessoas que possam nos favorecer pessoalmente, se for da família melhor ainda, em prejuízo dos demais. No dia que desejarmos atitudes como esta, supostamente de Castelo Branco, as coisas deverão ser melhores.

Abraço

Vitor Bicalho Filgueiras disse...

A Receita Federal foi criada em 1968 com o nome de Secretaria da Receita Federal pelo Decreto 63.659/68. Não tinha como o irmão dele ser funcionário da Receita em 1966.

João Paulo da Costa Araújo Alves disse...

Também não sei se é verdade.

S I disse...

Há outras versões parecidas e comparações fortuitas entre figuras do gênero humano com pouco ou nenhum caráter, para que sobresaia o do Presidente Castelo Branco, homem austero, probo e discreto.

E apelações do tipo “é uma questão de berço, é claro!”.

Publico agora, talvez pela 1ª. vez, com base em relato de testemunha viva dos fatos, o que realmente aconteceu.

O Presidente Castelo Branco tinha um irmão que era servidor de carreira da Fazenda Nacional, quando não havia Receita Federal.

Na Presidência, foi consultado pelo chefe da Fazenda se poderia nomear Lauro de Alencar Castelo Branco para a chefia do Departamento de Arrecadação da referida Fazenda Nacional.

Ele indagou se ele tinha capacidade para tanto.

Nomeado, trabalhou e tempos depois seus colegas de São Paulo decidiram fazer uma homenagem por sua contribuição para a unificação das carreiras e criação da carreira de coletores federais, reunindo os coletores, exatores e fieis do Tesouro.

Na homenagem, os colegas lhe deram as chaves de um fusquinha, que não lhe era destinado , mas à sua mulher, Iolanda. Ele ficou muito contrariado, argumentou que funcionário não poderia ganhar presente, muito mais um carro. Os colegas insistiram que o carro não era para ele, mas para a mulher.

Naquela noite, Lauro não dormiu tranqüilo.

Dia seguinte, ao abrir os jornais de São Paulo, um deles estampou na 1ª. página que ele ( e não ela) tinha recebido um fusquinha. Ficou indignado pois a noticia pretendia atingir seu irmão, o Presidente, tido e havido como pessoa séria. Houve muita exploração política.

Logo se descobriu que se tratava de uma armação de deputada da oposição, Conceição da Costa Neves.

Lauro tomou a iniciativa de devolver as chaves do fusquinha e deu o caso por encerrado.

O tempo passou e um dia o Presidente Castelo Branco o chamou ao Palácio Laranjeiras, no Rio de Janeiro, para tratar de outra questão, nem falou do fusquinha, mas da intrigalhada feita por sua mulher, Iolanda, que o procurara para solicitar a demissão de uma funcionária do Departamento de Arrecadação que estava cortejando Lauro. Era uma moça de muitos atributos lá colocada por um “jabuti” do alto escalão da República. Iolanda pediu a cabeça na bandeja.

Castelo pediu-lhe que exonerasse a senhora, acabando com as pressões de d. Iolanda.

Lauro, abespinhado e surpreso, explicou que se tratava de uma questão pessoal e que não via razão para a demissão da assessora, já que não poderia demiti-la do Departamento por se tratar de servidora de carreira, agente fiscal do Imposto de Renda. E mais se fosse uma ordem que se demitia, naquele momento da diretoria do Departamento de Arrecadação. Na hora, perdeu a chefia, dispensou Iolanda e ficou com a amante.

Houve exploração na mídia, que não sabendo das investidas de Iolanda junto ao Presidente para afastar a rival, acabou por ligar a demissão ao fusquinha, que entrou para a versão como sendo um Aero-Willys.

As vidas dos quatro caminharam por caminhos diferentes.

A versão engrandece a figura do Presidente Castelo Branco e diminui a de Lauro e retrata o desejo dos brasileiros de ver o Brasil livre dos que usam o poder para se empanturrar e não satisfeitos, enchem os bolsos das calças, as meias, as cuecas, as pastas, as contas bancárias em paraísos fiscais, com “ as sobras de campanha” na verdade propina, a corrupção que está comendo o país de alto a baixo.